Estudo revelou que houve aumento também da produtividade em colaboradores que revezavam entre o home office e o escritório.

É impossível falar sobre futuro do trabalho sem abortar um dos seus principais aspectos, a flexibilidade do trabalho. Esse não é um tema novo e especialistas discutem sobre isso há alguns anos, mas agora mais do que nunca está sendo colocado à prova, a medida em que cada vez mais empresas adotam sua prática e comprovam seus benefícios.

Alguns dos maiores desafios para todas as organizações atuais são: como fazer seus colaboradores terem um nível alto de engajamento e como aumentar a produtividade de sua força de trabalho ao mesmo tempo. A resposta para estes desafios pode estar na implementação da prática do trabalho flexível.

Em um estudo realizado pela empresa de pesquisas americana Gallup, foi apontado que o engajamento dos funcionários aumenta quando passam algum tempo trabalhando remotamente e algum tempo trabalhando em um local com seus colegas de trabalho. O aumento do engajamento ocorre quando os funcionários passam de 60% a 80% (três ou quatro dias) do tempo trabalhando fora do escritório. Em locais de trabalho nos quais os funcionários estão mais engajados, o estudo comprovou alguns benefícios como: 41% menos faltas, 40% menos defeitos na qualidade do trabalho e aumento de 21% na lucratividade.

Grande parte da pesquisa indica também que os trabalhadores remotos são mais produtivos do que os demais. É provável que, entre maior engajamento e o aumento da produtividade do trabalho remoto, os funcionários externos ofereçam aos líderes os maiores ganhos nos resultados dos negócios. 

Já no Brasil, a realidade é outra. Com as iniciativas de flexibilização ainda dando os primeiros passos, as maiores dificuldades na adoção da prática ainda são a cultura presente dentro da maior parte das organizações e a falta de conhecimento em como implementar essa prática de forma segura e correta. Em um relatório realizado pelas empresas Convenia e Ahgora em setembro de 2019, somente 36,5% já possuem políticas de trabalho remoto implantadas, ao mesmo tempo em que 58,8% dos entrevistados afirmaram que gostariam de trabalhar remotamente por algum período.

A produtividade dos colaboradores em home office foi apontada como preocupação nas empresas de 39,6% dos entrevistados, porém somente 3,5% dos participantes da pesquisa identificaram rendimento abaixo da média entre colaboradores em home office. Entre os métodos mais utilizados para avaliar o rendimento estão: reuniões de revisão de performance, metas mensais e metas semanais.